As deformidades da orelha são condições congênitas. Ou seja, os bebês já nascem com as alterações. Eles podem ter, por exemplo, o que se conhece popularmente como “orelhas de abano”, ou orelhas amassadas. Mas, afinal, por que isso acontece? Além de fatores genéticos, há também fatores físicos envolvidos no processo – e um deles é a chamada compressão uterina.
Entenda abaixo:
Deformidade de orelha por compressão uterina: o que é
Afinal, o que causa deformidade de orelha em bebês? Em muitos casos, a questão é genética e tem relação com o processo pelo qual o corpo da criança se forma. Em outros casos, porém, pode haver fatores externos envolvidos. Um deles é a compressão uterina, que pode fazer uma orelha de bebê normal ficar com a aparência diferente de forma temporária ou permanente. O espaço que o bebê tem dentro do útero é naturalmente limitado. Algumas situações envolvendo a posição dele no ventre da mãe ou possíveis complicações, por exemplo, podem torná-lo ainda mais escasso. Caso essa falta de espaço ou alguma posição específica comprima a orelha do bebê por muito tempo, ele pode, sim, nascer com uma deformidade de orelha. Legenda: Antes e depois de caso de deformidade de orelha por compressão intra-uterina tratado com a modelagem de orelhas. Como as orelhas são feitas de cartilagem, o que principalmente no bebê é bastante maleável até a sexta semana após o nascimento, essas deformidades podem ser temporárias. Em outros casos, elas são permanentes e precisam de um tratamento para que a orelha apresente o formato esperado. Há ainda casos nos quais a deformidade ocorre no momento do parto.

Causas de compressão uterina
São diversos os fatores que podem levar um bebê a ficar com a orelha comprimida, resultando em uma deformidade. Entre eles, é possível citar:
Gestação de múltiplos
Quando há mais de um bebê dividindo o útero da mãe, o espaço fica ainda mais escasso. Caso essa falta de espaço leve o bebê a comprimir a orelha de alguma forma, ele pode nascer com uma deformidade nessa parte do corpo.
Posição do feto no útero
Algumas posições favorecem a compressão das orelhas dentro do útero. É o caso, por exemplo, das posições pélvica e transversa. Quando o bebê está “sentado” ou levemente inclinado dentro do útero da mãe, a pressão na cabeça é maior e pode haver deformação das orelhas.
Baixo volume de líquido amniótico (oligoidrâmnio)
O líquido amniótico é uma substância que preenche a bolsa em que o embrião está. Ele envolve o feto, absorvendo possíveis impactos, ajuda na nutrição e no desenvolvimento pulmonar, entre outras funções. Há casos, no entanto, que a mãe tem uma quantidade de líquido amniótico incompatível com a idade gestacional. Ter menos do que o esperado é uma condição chamada oligohidrâmnio.
Quando há baixo volume de líquido amniótico, o bebê fica mais sujeito a impactos. Isso pode aumentar a pressão sobre o corpo dele – e, assim, resultar em deformidades como orelha amassada e mais.
Pressão do parto natural
Dependendo da via de parto, o bebê pode ter a orelha amassada durante o nascimento. Isso acontece durante o parto natural por compressão pelos ossos pélvicos da mãe. Normalmente, a deformidade de orelha causada pelo parto geralmente é temporária e se corrige sozinha em pouco tempo.
Como tratar deformidade de orelha em bebês
Até a sexta semana de vida, recém-nascidos têm cartilagens muito maleáveis. Isso permite que certas deformidades de orelha sejam corrigidas sem qualquer necessidade de se fazer uma cirurgia. A técnica para corrigir orelhas de bebês sem intervenção cirúrgica é a modelagem de orelhas.
Esse procedimento consiste no uso de um molde nas orelhas do bebê. Eles são acoplados ao recém-nascido em consultório de forma tão indolor que boa parte deles inclusive pega no sono ou nem sequer acorda durante o procedimento.
O tratamento com modelagem de orelhas dura, em média, dois meses. Durante esse período, quem cuida do bebê deve tomar cuidado para não molhar os moldes durante o banho e não deve retirá-lo. Consultas periódicas são necessárias para fazer a manutenção desses moldes.
Por fim, a orelha do bebê alcança uma fisionomia normal. O efeito da modelagem de orelha é duradouro e o especialista mais adequado para realizá-lo é o cirurgião plástico pediátrico – ou seja, um “médico de bebês” especializado em cirurgia plástica. Tem dúvidas? Converse com o pediatra do seu bebê ou entre em contato conosco para uma avaliação!
Mais sobre deformidade de orelhas em bebês
Como corrigir a orelha amassada do bebê?
Deformidades de orelha em que elas têm a aparência de amassadas podem ser corrigidas com modelagem. Esse procedimento não é cirúrgico e aproveita a maleabilidade das cartilagens das orelhas do bebê para moldar essa parte do corpo, alcançando orelhas em formato normal.
A modelagem de orelhas é indolor e consiste na aplicação de moldes de silicone na orelha do bebê com uma espécie de curativo. Esse molde é periodicamente retirado para limpeza e manutenção. O tratamento dura um total de dois meses, com poucas idas ao consultório de resultado duradouro.
É preciso lembrar, porém, que não é possível iniciar a modelagem de orelhas após a sexta semana de vida do bebê. Isso porque, nesse momento, as cartilagens já não são mais tão maleáveis e isso impede a realização do tratamento.
Como corrigir a orelha de bebê sem cirurgia?
O melhor método para corrigir uma deformidade de orelhas em recém-nascidos é a modelagem de orelha. Ela não requer incisões, anestesia ou internação, apesar de ser realizada por um cirurgião plástico pediátrico.
Esse procedimento consiste no uso de moldes de silicone nas orelhas do bebê. Eles “obrigam” a orelha deformada a ganhar um novo formato – algo que acontece facilmente devido à maleabilidade das cartilagens do recém-nascido. O tratamento dura em média dois meses e é feito em consultório.
Tal modalidade de tratamento, porém, só é viável até a sexta semana de vida do bebê.
Qual médico cuida da orelha do bebê?
Quando se fala na aparência da orelha do bebê, o especialista mais indicado para tratar do assunto é o cirurgião plástico pediátrico. Esse médico tem expertise em cirurgia plástica e procedimentos estéticos, mas também conhece profundamente a anatomia do bebê e tem a capacidade de realizar, por exemplo, cirurgias plásticas ou reconstrutoras.
Apesar da modelagem de orelhas não ser um procedimento cirúrgico, também é o médico cirurgião plástico de bebês que o realiza.